Envelhecimento Facial
Envelhecimento facial é um processo previsível de acordo com a ciência multifatorial do envelhecimento. Assim, ele é um espectro contínuo de mudanças anatômicas que ocorrem secundariamente a causas intrínsecas (genéticas) e a causas extrínsecas (ambientais).
Nesse sentido, as mudanças topográficas vistas na face são governadas por um processo multifatorial subjacente em cada componente da anatomia facial. Logo, esta combinação produz mudanças características associadas ao envelhecimento da face.
Envelhecimento da Pele
O envelhecimento da pele reflete os efeitos de uma série de fatores. Desse modo, isso inclui movimentos de mímica do rosto, exposição solar, mudanças de peso, tabagismo, entre outros. A saber, os componentes primários da pele são: colágeno e elastina, por consequência, lesões tóxicas com esses componentes estabelecem o processo de envelhecimento.
Além disso, a atrofia dos anexos e a diminuição da matriz extracelular da pele influenciam ainda mais o afinamento epidérmico, a perda de colágeno e a elastose dérmica ao longo do tempo, o que contribui para as rugas finas do envelhecimento facial.
Envelhecimento Ósseo
As mudanças do esqueleto ósseo facial afetam os tecidos moles da face. Nesse sentido, estudos anteriores de tomografia computadorizada (TC) demonstram mudanças na órbita, na maxila e na mandíbula influenciando a proeminência relativa e a posição dos tecidos moles faciais.
Envelhecimento da Gordura
Outro componente do rosto é a gordura facial. Ela é compartimentada de forma multidimensional no rosto médio. Assim, mudanças na distribuição desses compartimentos de gordura contribuem para a morfologia distinta do envelhecimento da face. Por conseguinte, mudanças nos ossos faciais e nos compartimentos de gordura impactam os músculos miméticos faciais com mudanças na frouxidão e tensão muscular.
Envelhecimento Facial
O envelhecimento facial não ocorre de forma homogênea em cada componente da anatomia facial (pele, gordura, músculo e osso). Como mostrado anteriormente, há uma mudança variável em cada componente com alguns influenciando outros mais fortemente.
Dessa maneira, a atrofia da gordura facial não é apenas previsível, mas influencia diretamente o volume e a forma do rosto.
ENTENDENDO OS COMPARTIMENTOS DA GORDURA
As mudanças nos compartimentos de gordura facial durante o envelhecimento facial se manifestam como deflação e distribuição de volume (ptose). Dessa forma, a maioria dos pacientes ao longo do processo de envelhecimento experimentaram ambos, frequentemente com deflação de volume precedendo mudanças na distribuição de volume. Portanto, a gordura facial é o suporte estrutural para o rosto influenciando o volume e a forma.
Compartimentos Profundos de Gordura
Em estudos prévios identificou-se a existência de compartimentos profundos e superficiais de gordura na face. Nesses estudos, sugeriu-se que a deflação acelerada dos compartimentos profundos. Conforme os compartimentos profundos esvaziam, os compartimentos de gordura superficiais perdem seu suporte e começam a descer anatomicamente. Logo, essa mudança na distribuição de volume é atribuída à queda na estrutura, função de suporte tanto dos compartimentos de gordura profundos e como dos ligamentos faciais.
COMPARTIMENTOS DE GORDURA FACIAL PROFUNDO
Os compartimentos de gordura facial são categorizados como superficial ou profundo. Desse modo, existem 23 superficiais; esses englobam a testa, periorbital, face média, e regiões inferiores da face.
Os compartimentos de gordura profundos são: o compartimento malar profundo e o suborbicular (SOOF). Ao passo que, o primeiro tem componente medial e lateral. Essa gordura chave influencia diretamente a projeção da maçã do rosto.
Só para exemplificar, compartimentos de gordura facial. Representação esquemática dos compartimentos de gordura facial superficial (bege claro) e profundo (bronzeado escuro).
ESQUERDA – Os compartimentos de gordura médio-facial superficiais incluem a gordura infraorbital, gordura superficial medial da bochecha e gordura nasolabial.
DIREITA – Os compartimentos de gordura medial profunda incluem a gordura ocular sub-orbicular medial e lateral (SOOF), a gordura medial profunda da bochecha, que pode ser subdividida em partes medial e lateral, e a porção medial do coxim adiposo bucal. Reprinted from Wan D, Amirlak B, Rohrich R, et al. The clinical importance of the fat compartments in midfacial aging. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2014;1:e92.
ALTERAÇÕES DOS COMPARTIMENTOS DE GORDURA NO ENVELHECIMENTO FACIAL
O desenho anatômico dos compartimentos de gordura facial permitiu entender o envelhecimento facial tridimensionalmente. Dessa maneira, a atrofia da gordura facial no envelhecimento facial carrega maior significado do que a frouxidão dos tecidos moles e as alterações ósseas.
Portanto, a perda de suporte da deflação dos coxins gordurosos profundos resulta na descida da gordura superficial sobreposta. Assim, com essas descobertas a lipoenxertia facial ganhou um alto valor no rejuvenescimento facial.
Espectro do Envelhecimento Facial
Logo, alguns compartimentos esvaziam mais cedo do que outros. No espectro do envelhecimento facial, os compartimentos lateral e médio da bochecha são classicamente afetados precocemente. Isso é seguido pela deflação da maçã do rosto na quinta década de vida. Por consequência, a borda orbital inferior torna-se visível e a bochecha côncava.
Dessa forma, essas mudanças são tratadas pelo aumento de gordura da bochecha medial profunda, bochecha lateral profunda e SOOF medial. A saber, os compartimentos jowl e o nasolabial mostram pouca tendência para esvaziar.
Como resultado, com a progressão do envelhecimento ocorre a perda de volume na lateral profunda do rosto, áreas temporais laterais e da testa que também são passíveis de aumento de gordura.
USO DOS COMPARTIMENTOS DE GORDURA PARA REJUVENESCIMENTO FACIAL
Usando a ciência do envelhecimento e o conhecimento dos compartimentos de gordura, as opções para rejuvenescimento facial tendem a aumentar com a idade e se tornam mais invasivas. Logo, a restauração do volume do compartimento profundo com gordura autóloga é um componente crítico para tratamento facial do rejuvenescimento.
Só para ilustrar, sequência de esvaziamento do compartimento de gordura. Sequência de deflação do compartimento de gordura comumente observada no envelhecimento facial. Reprinted from Wan D, Amirlak B, Rohrich R, et al. The clinical importance of the fat compartments in midfacial aging. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2014;1:e92.
Mais Jovens no Envelhecimento Facial
Pacientes mais jovens em sua segunda e terceira década de vida frequentemente procuram aumento de volume. Eles ainda não experimentaram os primeiros achados de atrofia do compartimento de gordura profundo. Assim, preenchimentos de tecidos moles (ácido hialurônico) servem para aumentar o volume desses pacientes em áreas anatômicas específicas (lábios, eminência malar, linha da mandíbula e ponta do queixo).
Meia Idade no Envelhecimento Facial
Conforme esses pacientes entram na quarta e quinta década de vida, a gordura do compartimento profundo apresenta-se mais atrofiada, agora necessitando restauração do volume. Desse modo, a lipoenxertia é a abordagem preferida; no entanto, pacientes que desejam opções não cirúrgicas podem buscar um aumento de volume com ácido hialurônico (HA).
Logo, fazendo a transição para as últimas décadas, as opções de rejuvenescimento facial se expandem para incluir técnicas cirúrgicas para levantamento de rosto e pescoço, além do volume de gordura autóloga descrito anteriormente.
Então, entendeu a importância da gordura do rosto? E os processos de envelhecimento da face? Não esqueça de deixar a sua opinião nos comentários!
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Referência:
* Todas as imagens foram retiradas do artigo referenciado acima.
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