Prótese Silicone e Sintomas Inespecíficos
PRÓTESE DE SILICONE E SINTOMAS INESPECÍFICOS
No post de hoje, falaremos sobre o seguinte artigo:
Associação de implantes mamários com sintomas inespecíficos, doenças do tecido conjuntivo e reações alérgicas: uma análise retrospectiva de coorte
Tipo de Estudo – Prótese Silicone e Sintomas Inespecíficos
Em suma, Estudo de Coorte – é um tipo de estudo em que o investigador se limita a observar e analisar a relação existente entre a presença de fatores de risco ou características e o desenvolvimento de enfermidades, em grupos da população.
Nesse sentido, um estudo de coorte é útil na identificação de fatores de risco e prognósticos, no acompanhamento da história natural de certas doenças e no estudo do impacto de intervenções diagnósticas e terapêuticas.
Background
Dessa maneira, e dada a crescente atenção da mídia em relação a várias condições adversas atribuídas aos implantes mamários, os autores examinaram a associação entre o implante de mama e o risco de ser diagnosticado com doenças do tecido conectivo, reações alérgicas e queixas constitucionais inespecíficas (incluindo fadiga, mialgia, dor no peito, febre, cansaço, perda de cabelo, entre outros) em um estudo de coorte com acompanhamento longitudinal. A saber, a esses sinais e sintomas descritos anteriormente deu-se nomes como: “Síndrome de incompatibilidade de implante”, “siliconose”, “distúrbio reativo ao silicone”.
Métodos
Assim, mulheres matriculadas em um sistema regional de saúde militar entre 2003 e 2012 foram avaliadas neste estudo de coorte retrospectivo. Desse modo, um escore de propensão foi gerado para corresponder às mulheres que se submeteram a implante de mama com mulheres que não realizaram implante mamário.
Dessa forma, o escore de propensão incluiu idade, história social, uso de cuidados de saúde, comorbidades e uso de medicamentos. Os resultados avaliados incluíram a Classificação Internacional de Doenças CID, Nona Revisão, códigos diagnósticos para (1) sintomas constitucionais não específicos, (2) doenças cardíacas não específicas, (3) artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico, (4) outras doenças do tecido conjuntivo e (5) reações alérgicas.
Logo, identificou-se dois grupos de tratamento: o primeiro, mulheres que se submeteram a implante mamário; e o segundo, um grupo controle de mulheres que não se submeteram a colocação de implante.
Só para ilustrar, abaixo tabela de linha de base das participantes:
Resultados da Coorte – Prótese Silicone e Sintomas Inespecíficos
Em síntese, de 22.063 mulheres incluídas no estudo (513 implantes mamários e 21.550 controles), foi combinado com o escore de propensão 452 receptoras de implante mamário com 452 não receptoras. Assim, odds ratio e intervalos de confiança de 95 por cento em receptoras de implante mamário em comparação com não receptoras eram semelhantes, incluindo sintomas constitucionais inespecíficos (OR, 0,77; IC de 95 por cento, 0,53 a 1,13), condições cardíacas inespecíficas (OR, 0,97, IC de 95 por cento, 0,69 a 1,37), artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico (OR, 0,66, IC de 95 por cento, 0,33 a 1,31), outras doenças do tecido conjuntivo (OR, 1,02, IC de 95 por cento, 0,78 a 1,32), e reações alérgicas (OR, 1,18, IC 95 por cento, 0,84-1,66).
Considerações Finais
Portanto, de acordo com os resultados acima, mulheres com implantes mamários não tem uma probabilidade maior de serem diagnosticadas com sintomas constitucionais inespecíficos, distúrbios do tecido conjuntivo e/ou condições de reação alérgica. Ou seja, não há diferença clínica ou estatística entre mulheres com silicone em relação a mulheres sem silicone de virem a apresentar algum sintoma inespecífico ao longo da vida.
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Referências:
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