Anatomia Glútea
Anatomia Glútea (do “bumbum”), você já ouviu falar? O post de hoje será sobre ela!
Estrutura Óssea: a Pelve na Anatomia Glútea
A pelve óssea é a estrutura que dá suporte para a região glútea. Assim, ela sustenta toda a região através de um sistema ligamentar que une fortemente os ossos, os músculos e outros tecidos.
Desse modo, ela é formada pelo osso do quadril, sacro e cóccix. A saber, o osso do quadril é composto de três ossos: ílio, púbis e ísquio, que são soldados na puberdade formando uma única estrutura.
Nesse sentido, os pontos de referência externos da estrutura glútea são os seguintes: o vinco em forma de V é um triângulo invertido com a ponta representada pelo cóccix seguindo as bordas laterais do sacro até a espinha ilíaca póstero-superior (PSIS) que representa as bordas cefálicas do triângulo sacro. Dessa forma, representa-se a PSIS por duas depressões conhecidas como covinhas sacrais.
Uma complexa rede de ligamentos une fortemente os ossos da pelve, criando uma estrutura única, permitindo que a pelve suporte o peso da parte superior do tronco e transmita para as extremidades inferiores quando estamos de pé.
Músculos da Anatomia Glútea
Os músculos glúteos dividem-se em duas camadas: a camada profunda (composta pelo glúteo mínimo, piriforme, gemelar superior, inferior gemelar, obturador externo e obturador interno) e a camada superficial (composta de glúteo máximo e glúteo médio).
Dentre os músculos profundos, aquele de maior importância prática na gluteoplastia é o piriforme, por ser um marco importante para a identificação das estruturas neurovasculares pélvicas.
Na camada muscular superficial, o glúteo máximo é o músculo mais espesso do corpo humano variando de 4 a 7 cm e é responsável pelo contorno das nádegas.
Vascularização da Anatomia Glútea
O suprimento de sangue da região glútea vem principalmente das artérias glúteas superior e inferior, que são ramos da artéria ilíaca interna. Elas emergem do forame ciático, respectivamente, acima e abaixo do músculo piriforme, penetrando no glúteo máximo e no glúteo médio por sua face posterior, próximo ao sacro.
Inervação da Anatomia Glútea
O nervo ciático é o maior nervo do corpo humano, medindo cerca de 2 cm de diâmetro em adultos. Emerge do forame ciático inferior, logo abaixo do piriforme, inervando os músculos profundos dos glúteos e da parte posterior da coxa.
Ligamentos Cutâneos
A região glútea possui ligamentos e zonas de adesão que têm a função de suportar a pele e o tecido subcutâneo e representam marcos importantes para estética glútea. Dessa maneira, esses ligamentos classificam-se em dois grupos: os ligamentos osseocutâneos (sacrocutâneo, adesão glútea superior e isquiocutâneo) e os ligamentos fasciocutâneos (adesão da fenda de Natal).
O ligamento sacrocutâneo encontra-se na borda superior do sulco interglúteo e fortemente atribui a pele à margem lateral do sacro. Esse ligamento é mais aderente em homens do que em mulheres resultando em uma angulação pronunciada entre o triângulo sacro e o polo superior das nádegas nos homens. Corre superolateralmente com aderências menos densas da crista ilíaca para a pele e recebe o nome de adesão glútea superior.
No terço medial das nádegas, um ligamento em forma de leque, o ligamento isquiocutâneo, origina-se no ísquio e se estende diretamente à pele. Ele se funde superiormente com o ligamento fasciocutâneo da fenda de Natal e inferolateralmente com o ligamento fasciocutâneo da prega glútea.
O ligamento fasciocutâneo da fenda de Natal é paralelo e define a fenda de natal, estendendo-se da fáscia glútea para a derme. Ele se funde superiormente com o ligamento sacrocutâneo e inferiormente com o ligamento isquiocutâneo.
O vinco infraglúteo é classificado erroneamente como um ligamento fasciocutâneo, mas na verdade é uma estrutura única que pode ser classificada como ligamentos fasciocutâneos e osseocutâneos. Origina-se da derme do terço medial das nádegas, formando um septo forte que interdigita com a fáscia glútea e se liga ao ísquio e ao sacro, o que explica o aspecto fixo e bem definido da prega glútea.
Tecido Adiposo Subcutâneo
Muitas vezes esquecido, o conhecimento da anatomia do tecido adiposo subcutâneo dos glúteos e como suas diferentes camadas interagem na enxertia de gordura é extremamente importante para se obter bons resultados na lipoenxertia glútea. Assim, localizada entre a pele e a fáscia muscular, o tecido adiposo subcutâneo é composto por duas camadas de gordura, divididas por um tecido membranoso denominado fáscia superficial.
Tecido Adiposo Superficial
Logo, o tecido adiposo superficial (SAT), também conhecido como camada areolar de gordura, encontra-se acima da fáscia superficial e forma-se por lóbulos de gordura organizados em camadas simples ou múltiplas intercaladas por septos fibrosos, formando uma estrutura em favo de mel. Esses septos são compostos de fibras elásticas e de colágeno originárias da fáscia e se situam de uma forma bem definida e paralela em direção à superfície fortemente ancorada à derme.
Nesse sentido, o SAT possui características diferentes de acordo com o gênero. Nos homens, os lóbulos de gordura são menores e os septos correm de uma forma oblíqua, enquanto nas mulheres eles são maiores e são orientados de forma perpendicular. Essas características estão presentes no nascimento; entretanto, após a puberdade, os lóbulos de gordura tornam-se aumentados, e a retenção de líquido intersticial aumenta devido às alterações hormonais. Assim, surge a presença de celulite (lipodistrofia ginóide) mais observada em mulheres.
Tecido Adiposo Profundo
O tecido adiposo profundo (DAT), é também conhecido como lamelar. Localiza-se entre a fáscia muscular e a fáscia superficial e possui características diferentes do SAT, sendo composto por lóbulos maiores achatados e menos definidos permeados por poucos septos incompletos, de forma oblíqua.
É importante entender as diferenças entre essas duas camadas de gordura para atingir os resultados desejados no enxerto de gordura glútea. A injeção de gordura em qualquer uma das camadas aumentará a espessura (projeção) e a consistência (dureza) das nádegas. No entanto, injetar gordura no SAT aumentará a consistência mais do que a projeção, pois esta camada tem septos fortes que não permitem um aumento significativo na espessura. Por outro lado, se mais projeção for desejada, a gordura deve ser injetada no DAT, pois esta camada possui septos incompletos que permitem maior aumento na espessura da região glútea. Logo, deve-se ter cuidado ao injetar gordura no SAT, uma vez que tem uma capacidade de volume limitada, e o enchimento excessivo pode levar a irregularidades de contorno que podem imitar a celulite.
Portanto, a compreensão cuidadosa de todos esses diferentes componentes da anatomia da região glútea é importante para realizar enxerto de gordura com eficiência e segurança para obter bons resultados a longo prazo.
Então, conseguiu compreender a Anatomia Glútea? Não esqueça de deixar suas dúvidas e opiniões nos comentários!
A saber, aqui falamos um pouco mais sobre os Glúteos.
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Referência:
* Todas as imagens foram retiradas do artigo referenciado acima.
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