Geração Silicone – Passado, Presente e Futuro: um relato de 45 anos do Prof. Bozola

GERAÇÃO SILICONE

Em suma, os implantes mamários de silicone partiram de uma ideia de Cronin e Gerow, em 1961, observando uma bolsa de sangue mais ou menos cheia que apresentava uma consistência semelhante à mama. Em virtude disso, eles desenvolveram um protótipo e o implantaram pela primeira vez na cadela Esmeralda, com a participação de Thomas Biggs (como residente) que cuidou do pós-operatório do animal, como ele mesmo menciona nos congressos que participa.

Primeira Geração de Próteses de Silicone

Em resumo, os primeiros implantes eram constituídos de gel de baixa coesividade e dureza, com cápsulas não muito finas de superfície lisa e “patches” de Dacron na base, que aderiam à aponeurose do músculo peitoral fixando o implante em sua posição, para não sofrer alteração com o tempo. Desse modo, essa foi a primeira geração das próteses de silicone, que durou mais ou menos entre 1963 a 1972.

Geração Silicone

Só para ilustrar, primeiros implantes idealizados por Cronin e Gerow. Foto obtida do livro-Mama, pag. 103, Editor do volume 5: James C. Grotting, Editor: Peter C. Neligan. Elsevier Saunders, 3ª edição, 2015.

Segunda Geração de Próteses de Silicone

Em síntese, os “patches” logo foram abolidos da industrialização na segunda geração, pela observação de que não eram necessários para mantê-los em suas posições. Visto que, não eram isentos de complicações, produziam reação de corpo estranho mais intensa que o implante e colaboravam na sua deformação. Dessa maneira, permaneceram semelhantes aos primeiros, sem Dacron, entre 1973 a 1980. Assim sendo, em 1974, tivemos o primeiro contato com um deles.

Complicações da Segunda

Grande parte desses implantes preenchidos com gel de silicone ficavam duros ao atingir em torno de um ano de pós-operatório com contratura capsular. Portanto, se ficavam duros, a indústria passou a confeccionar implantes com o gel mais mole, cápsulas mais delicadas e até meio vazias.

Geração Silicone

Só para exemplificar, implantes de longa duração com contratura capsular. Foto: Baker IV. Com D.D.D. (Dura, Dolorida, Deformada).

Terceira Geração de Próteses de Silicone

A dedução “lógica” era: se ficam duros, façamos os implantes mais moles e mais delicados, com cápsulas mais finas, e estaria resolvido o problema da dureza deles no pós-operatório tardio; logicamente para permanecerem assim ao longo do tempo quando implantados. Afinal, o caminho inverso do real é necessário. Dessa forma, essa foi a terceira geração, aproximadamente entre os anos 1980 a 1990.

No entanto, percorrer o caminho inverso não foi suficiente para resolver o problema, os implantes ficavam ainda mais duros, e mais rapidamente, trazendo uma série de consequências. Logo, faltava naquele momento o entendimento da biomecânica da contratura capsular, associada a reação de corpo estranho já conhecida, mas não reconhecida.

Geração Silicone

Por exemplo, implante meio vazio com dobras e “exsudando” sobre campo cirúrgico.

Quarta Geração de Próteses de Silicone

A indústria percebeu que o caminho para a solução da contratura era o oposto daquele inicial. Assim, o gel teria que ser coesivo para evitar o vazamento e mais duro para evitar a contratura. Então, surgiu uma nova e quarta geração de implantes mamários. Quase ao mesmo tempo, coincidentemente, começou o revestimento do implante com espuma de poliuretano (Brasil, 1989), e texturização da cápsula (Brasil, 1990), mas ainda com cápsulas finas e meio vazias.

Geração Silicone

Por exemplo, forças centrifugas de neutralização das forças centrípetas dissipadas na superfície advindas do implante dependentes da dureza, preenchimento e superfície.

Quinta Geração de Próteses de Silicone

Atualmente, algumas empresas já oferecem uma quinta geração com os implantes com cápsulas mais resistentes, mais cheias, gel ainda mais duro, mais coesivo e mais elástico (mais centistokes), na tentativa de reduzir a possibilidade de contraturas; sendo este um caminho correto, não abolindo a contratura, pois não podemos esquecer que é um corpo estranho mole sujeito às reações biológicas.

Então, o que achou da história das Próteses de Silicone? Não esqueça de deixar a sua opinião nos comentários!

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E até a próxima!

Referência:

  1. Bozola AR. Past, present and future using silicone breast implants in Brazil, a 45-year report. Rev. Bras. Cir. Plást.2020;35(4):505-513

* Todas as imagens foram retiradas do artigo referenciado acima.

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