Isquemia e Necrose de Aréola

Isquemia e Necrose de Aréola, o que é?

Definição – Isquemia e Necrose de Aréola

Em suma, Isquemia é a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição. Além disso, Necrose é a morte de célula ou tecido orgânico.

Introdução a Isquemia e a Necrose de Aréola

Em síntese, a isquemia areolar transitória ocorre como consequência de todos os procedimentos de elevação e/ou redução da mama. No entanto, não é comum resultar em complicações ou consequências estéticas.

Desse modo, isquemia prolongada ou mais moderada resulta em edema cutâneo e epidermólise em aproximadamente 5–11% dos pacientes. Assim, relata-se a ocorrência de necrose areolar de espessura total completa em aproximadamente 0,5-7,3% de todos os pacientes que se submetem a cirurgia na mama, seja estética, seja cirurgia oncológica ou reconstrutiva da mama.

A saber, os fatores relacionados podem ser: variação anatômica, congestão venosa, insuficiência arterial, desventura cirúrgica, torção do pedículo, sutura obstrutiva, edema, colocação simultânea de prótese de silicone, hematoma, trombose e infecção; todos detalhados abaixo:

Isquemia e Necrose de Aréola

Fatores Relacionados a Isquemia e a Necrose de Aréola

Sistema Arterial Regional

A insuficiência arterial é um dos principais contribuintes para a necrose do Complexo Aréolo-Mamilar (CAM). Dessa forma, na realização de cirurgia reconstrutiva da mama ou procedimentos de mastopexia, é preciso estar ciente da vasculatura da mama.

O seio recebe suprimento arterial de fontes múltiplas que se entrelaçam em uma rica rede anastomótica. Assim, a mama é perfundida pela artéria torácica interna (artéria mamária interna), artéria torácica lateral, artéria toracoacromial, artérias intercostais anteriores e artérias torácicas posteriores.

Muitos outros autores defendem uma combinação dos principais retalhos, criando assim o superior-lateral, supero-medial e assim por diante. A combinação de retalhos teoricamente proporciona maior perfusão ao complexo areolar (CAM), diminuindo a probabilidade de necrose do CAM. Entretanto, a necrose do CAM não pode ser evitada 100% (mesmo com um desenho meticuloso do retalho mamário). Uma vez que, na mesma paciente, às vezes, a mama esquerda e a mama direita podem ter diferentes fontes arteriais dominantes.

Isquemia e Necrose de Aréola

Só para ilustrar, padrão de irrigação sanguínea areolar de 27 cadáveres. Assim, observe as variações vasculares do complexo areolar do mamilo esquerdo e direito no mesmo paciente.

Sistema Venoso do CAM

O sistema venoso da mama segue o mesmo curso geral de suas contrapartes arteriais e consiste em um sistema superficial e um profundo. Eles formam uma rica rede colateral de drenagem venosa. A maior drenagem venosa da mama ocorre através do sistema de drenagem superficial da mama. Artérias da mama tendem a estar em um plano mais profundo, enquanto o sistema venoso permanece em um plano mais superficial.

Comprimento do Pedículo

O comprimento do pedículo é diretamente proporcional ao tamanho da mama e a gravidade da ptose mamária. Este aumento no comprimento do pedículo é medido pela distância da incisura supraesternal até o mamilo (ISE:M). Nesse sentido, pedículos mais longos estão associados ao aumento do comprometimento vascular. A sobrevivência do CAM com pedículo longo está relacionada com a torção do pedículo ao realizar o reposicionamento areolar. Frequentemente, pedículos mais longos terão dobras excessivas para acomodar a nova localização CAM. Parece que ISE:M menor que 30 cm tende a ter menos complicações vasculares.

Isquemia e Necrose de Aréola

Por exemplo, necrose areolar parcial.

Tamanho da Redução

Cirurgias de redução de mama envolvem citorredução do parênquima do tecido mamário. A redução excessiva de tecido mamário é diretamente proporcional à probabilidade de desenvolver um comprometimento vascular do CAM.

O afinamento da mama equivale essencialmente ao afinamento da vasculatura, isto é, menos parênquima mamário residual irá resultar em menos suprimento de sangue.

Isquemia e Necrose de Aréola

Por exemplo, necrose areolar bilateral completa. Essa é uma foto de vários dias após a mastopexia com prótese. A paciente tinha uma distância da incisura supraesternal ao mamilo maior que 30 cm no pré-operatório.

Índice de Massa Corporal Elevado

Em resumo, o IMC elevado está relacionado com alterações da cicatrização, deiscência da ferida e infecção.

 

Tabagismo na Isquemia e Necrose de Aréola

Fumar tabaco é talvez um dos mais fáceis fatores de risco evitáveis em candidatos cirúrgicos. Não só diminui a função pulmonar geral do paciente, também diminui a perfusão periférica. O fumo é apontado como agente causal para muitas doenças cardiovasculares.

 

Envelhecimento na Isquemia e Necrose de Aréola

Independentemente, o aumento da idade tem sido claramente associado ao aumento de complicações da cirurgia de redução da mama ou a mastopexia. Assim, aumento de infecção, complicações na cicatrização de feridas e necessidade de desbridamento têm sido associadas à diminuição dos níveis de hormônio em mulheres a partir dos 40 anos e mais marcadamente acima de 50 anos.

Isquemia e Necrose de Aréola

Por exemplo, (a) Necrose areolar completa. Mastopexia com prótese. CAM com pedículo medial. (b) Mesma paciente vários dias após o desbridamento e enxerto de pele de espessura total da área da coxa. (c) Mesma paciente 2 meses após enxerto de pele de espessura total. (d) Mesma paciente 6 meses após enxerto de pele de espessura total. (e) Paciente diferente. Assim, a necrose de CAM bilateral também complicou a cura desta paciente. Visto que, ela havia recebido desbridamento com enxerto de pele de espessura total da região da coxa. Além disso, ela recebeu a tatuagem de CAM.

Então, você já tinha ouvido falar sobre Isquemia e Necrose da Aréola? Aliás, elas são duas das possíveis complicações de uma cirurgia na mama! Não esqueça de deixar a sua opinião nos comentários!

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E até a próxima!

Referência:

  1. Wang, Patrick and Erik J. Nuveen. “Diagnosis and Management of Areolar Ischemia.” The American Journal of Cosmetic Surgery 29 (2012): 159 – 170.

* Todas as imagens foram retiradas do artigo referenciado acima.

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